terça-feira, 13 de junho de 2017

Contempt poem.



No subjects interest me.
I seek for the vain.

But why?
Why does the easy consummate us?
And still, why doesn't the silly stand and why is the easy so hard?

I want to write the practical, I want to write what they want to read.
It kills me,
It hurts me.
It is not who I want to be.

I want to write about life,
about what I know and what I don't know.
I want to write poems,
Many stories I'll show.

The people are vain,
but the skies are blue.
Os ratos corroem a sociedade.
The rats are you!


They lie, they lie.


I can write,
I can feel.
Perhaps I only need to improve my will.

I can write about anything,
I can sing almost everything.
It all connects someway,
But how I cannot say.
Not now, anyway.

Doesn't matter!
You better go back to your pray.

You come along with my major changes.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Cultura do Estupro.

          Um conhecido me disse uma vez que a cultura do estupro não existe no mundo ocidental ou ocidentalizado. Ele me disse que o estupro é contra a lei, logo não tem como ser algo cultural. Ele me disse também, em outra ocasião, que havia uma menina na escola dele, que até era legal, mas que foi taxada de vadia e vagabunda porque um dia ela saiu com os amigos, ficou muito bêbada, e deu pra todos, rolou a maior putaria. Os ditos “amigos” da menina saíram contando a história pela escola, contando inclusive que ela estava alucinada, e nem sabia o que estava fazendo de tão louca. Agora péra. Só eu acho que a menina foi estuprada? Pois se ela realmente estava tão louca assim, não existe consentimento aceitável. Belos amigos, hã? Como se estuprá-la já não fosse bosta o bastante, ainda criaram o estigma de “vadia” pra ela, um estigma que 10 anos depois ainda é lembrado. Uma menina adolescente em pleno desenvolvimento emocional é forçada a passar por isso, e todo mundo dá risada? Pior, todo mundo aceita. Os estupradores saem lindos na história, e a vítima é excluída em seu meio social. “Ahh, mas a menina nunca falou que foi estuprada!”  Ok. E daí? A pessoa que apanha do companheiro em casa toda semana, há anos, e não fala pra ninguém por medo, insegurança, amor, ou qualquer motivo que seja, não é vítima de abuso em sua própria casa? Só porque ela não anuncia esse abuso, ele não existe? Calma lá, né?! 
            Agora, vamos pensar... estupro é ilegal, estupradores são mal vistos na sociedade, dizem que até na cadeia estuprador sofre mais. Legal, estupro não é bem aceito. Muito bom. Mas então, como que um grupo de rapazes fazem sexo com uma menina que está tão bêbada que não sabe nem o que está fazendo (ou seja, a estupram), e saem contando pra todo mundo, como se fosse algo a se gabar? Pra mim fica claro que esses meninos não se identificavam como estupradores. Se identificavam como sortudos que acharam uma mina fácil. Não identificaram a situação como estupro, pra eles era a ordem natural das coisas.
            Então é assim? Rola um estupro em grupo, os estupradores se gabam do estupro para seu meio social (no caso, os colegas de escola), a vítima é marginalizada (excluída em seu meio, e sofre preconceito), as pessoas escutam a história e não conseguem identificar o estupro, e não existe cultura do estupro no Brasil? Por isso que acho muito importante a divulgação de informação que a internet e as redes sociais nos proporcionam, pois as pessoas precisam aprender a identificar essas situações. Se aqueles meninos tivessem tido contato com essas informações, e conseguissem identificar a situação em que estavam, talvez o estupro não tivesse acontecido. E se tivesse, eles provavelmente não se gabariam disso na escola, e saberiam que são estupradores. A vítima saberia que foi estuprada, e talvez fosse acolhida ao invés de excluída.
          Ainda se esse caso de estupro grupal considerado proeza masculina fosse o único, seria menos mal. Mas não. Na minha realidade, além desse que me foi contado, já soube de outros 2 estupros grupais, envolvendo pessoas conhecidas, nos quais as vítimas foram taxadas de vagabundas e os estupradores de machões comedores boazudos. Fora os outros inúmeros casos que acontecem, alguns aparecem no jornal, outros as redes sociais nos mostram. O caso é que a cultura do estupro existe sim, e precisa ser combatida. E ela está presente em todas as classes sociais. Conscientização é o primeiro passo. Treinar empatia é o segundo.

         Cada um tem a sua realidade. Isso é fato. Empatia é a capacidade de se colocar na realidade de outra pessoa, e identificar como essa pessoa deve se sentir em relação a determinado circunstância. Hoje em dia ninguém mais exercita a empatia. Não sou médica ou pesquisadora, mas me parece que quando exercitamos a empatia, exercitamos uma região específica do cérebro, uma região que se fortalece conforme exercitada, já que o cérebro é um músculo, se tornando mais fácil acessá-la com o tempo. Ao meu ver isso faz muito sentido, pois percebo em minha realidade que pessoas que foram ensinadas a exercitar a empatia desde crianças, sentem muito mais facilidade em se colocar, de fato, no lugar de outra pessoa e sentir, de fato, o que é provável que a pessoa esteja sentindo. Ensinem seus filhos, desde criança, a se colocarem no lugar de outras pessoas.  Faz bem pra eles e faz bem pro mundo.


Edit 06/09/2017: Alguns dias depois de postar este texto, fiz uma observação no face que virou um texto por si só, complementando este. Segue abaixo:





          Tem gente que acha que a cultura do estupro não está presente no Brasil. Tem gente que acha que a cultura do estupro só existe no mundo oriental, que só a ISIS propaga essa cultura. Tem gente que acha que até existe cultura do estupro no Brasil, mas que ela se mantém na periferia, que a classe média não aceita essas coisas.
          Refletindo sobre esse tema, escrevi um texto tentando mostrar às pessoas como essa cultura do estupro ainda existe, e mais perto do que pensamos.
          À quem tiver interesse de ler o -outro- texto, deixo o link aqui nos comentários. À quem acredita que a cultura do estupro está extinta, peço que reflitam e que respondam a si mesmos algumas perguntas: Quando vocês eram adolescentes, houve alguma história de alguma menina que ficou muito louca e vários meninos "pegaram"? Essa menina ficou taxada de vagabunda?
         Sei de ao menos uma história assim, só no meu condomínio. A menina, que estava muito bêbada, foi largada no lago do condomínio, depois de ao menos 3 terem abusado dela. A história foi contada como se ela fosse a vadia e os estupradores os fodões. Nada foi feito.
          Na minha escola, desde a minha quinta série até a sétima, uma colega sofreu abusos diários, pois era a menina com o corpo mais desenvolvido da turma. Os meninos passavam a mão em seus seios e bunda, sem autorização. Eles apertavam seus seios e a chamavam de leiteira. Ela não sabia como reagir, e com o tempo começou a achar que esses atos de abuso eram sinais de que eles gostavam dela. Novamente, nada foi feito.
           Alguns desses mesmos meninos, na sexta série, se masturbavam em sala de aula durante as aulas de matemática (na qual havia uma professora que achavam "gostosa"). Eles eram nojentos. Eu, que sempre fui crítica e nunca fui de me calar, não aceitei aquilo, e fiz o que senti que podia fazer: contei para a professora. O que aconteceu? Alguns meses depois ela saiu da escola. E os meninos? Impunes. Eles, meninos de 12 anos, precisavam de orientação. Houve alguém que explicasse o que estavam fazendo e abrisse seus olhos? Não. Não aconteceu nada. Gente, isso é inadmissível!!!
          Agora vocês se perguntam onde estava a coordenação enquanto essas coisas aconteciam? Bem, a coordenadora da época, uma baita incompetente, estava com implicância comigo, me acusando de promíscua, dizendo que eu me insinuava pros meninos e fazia strip-tease. Esses boatos - que a coordenação iniciou - fizeram até com que mães de amigas as obrigassem a se distanciar de mim. Algumas acataram e se distanciaram, outras são minhas amigas-irmãs até hoje. Mas resumindo, enquanto os meninos abusavam sexualmente de uma aluna (se pensar, de uma professora também) e nada foi feito, eu fui taxada de "puta" pela própria coordenação, por mera implicância (pois até "bv" eu era). E isso não é a cultura do estupro mostrando as caras novamente?
         Eu não acredito que esse tipo de postura de assédio e abuso seja da natureza do homem, mas sim que esses meninos (hoje homens) não foram bem educados durante a infância. A mídia já destrói as mulheres, as mães e os pais precisam intervir e ensinar RESPEITO. Crescemos com mulheres sendo objetificadas na TV, bunda rebolando pra todo lado. Se as mães e os pais não dão a educação necessária em casa, os meninos crescem mesmo vendo as meninas e mulheres como objetos. Não conseguem se por no lugar delas, não tentam sentir o que elas devem estar sentindo. Empatia precisa ser ensinada, e cabe aos pais dar esse ensinamento aos filhos.

-sim, o que era pra ser uma pequena observação, virou um texto por si só. Mas há muito a se falar, e se calar é aceitar. Eu não aceito, e realmente acho que a conscientização é o canal pra melhorar a situação. Acredito de verdade que muitos estupros acontecem e os próprios estupradores não percebem que são estupradores, pois são acolhidos por essa cultura que aceita e cala. Eu não aceito, e eu não vou calar.