sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cursed



Há quanto tempo ele não se apaixonava? Não saberia responder. Provavelmente nunca se apaixonara. Não lembrava de um dia ter sentido algo que valesse a pena por alguém. Nunca conhecera alguém que fizesse seu coração disparar e o ar em seus pulmões sufocar. Nunca conseguira gostar tanto de alguém a ponto de esquecer de si mesmo, mesmo que só por alguns instantes.

Por quê? Por que não conseguia sentir?

Ele, sempre tão racional, não sabia o que era amar, sentir. Sabia descrever o amor, especialmente como um problema, mas nunca sentira. Já dissera "eu te amo", mas nunca sentira.

E a cada dia ele estava mais longe de sentir, e sabia disso. Não gostava dessa idéia, mas não fazia nada pra mudá-la. Ele prezava a razão, a inteligência. E na cabeça dele não era possível ser inteligente sem ser frio. Para ele, sentimento e razão eram tão próximos quanto ciência e religião.

Talvez fosse isso mesmo. Talvez seja necessário fazer de tudo para não sentir quando se quer fortalecer a inteligência. Talvez seja necessário ser frio. Doa a quem doer.

Mas me parece muita burrice se privar dos sentimentos... Especialmente quando a dor ainda é sentida.

"...Cursed, cursed
A gloomy sense of sadness
Impaled my arid heart
To the sceptre of melancholy..."

Um comentário:

  1. Não sei pq, mas entendo muito esse texto...

    :P


    Adorei! To lendo todos!

    Vc escreve muito bem ;D

    Ai que saudade! :S

    Beijos pra minha namorada de balada oficial
    HAHAHAHA

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