quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Chili Vegetariano

        Desde que cortei animais mortos da minha alimentação, me sinto outra pessoa. Parece que tenho mais energia, mais vitalidade! Não sei se é meu corpo me agradecendo, ou se é só minha mente mais feliz e minha consciência mais leve... Só sei que minha qualidade de vida, nessas duas semanas, já melhorou muito. Tenho comido coisas mais saudáveis, e uma variedade maior de alimentos.

        Hoje me aventurei a adaptar uma receita de Chili que eu costumava fazer usando vaca moída. Desta vez, utilizei a proteína texturizada de soja. A PTS é uma inimiga minha de longa data, desde meus 18 anos, quando parei de comer carcaças pela primeira vez. Só recentemente estou aprendendo a prepará-la corretamente. Já desperdicei muita proteína por não lavar direito, não espremer direito, ou não hidratar o bastante. Muitas refeições frustradas na primeira mordida!! Mas hoje, pela primeira vez, consegui cozinhar usando PTS e ficou perfeito. Tão perfeito que vim compartilhar esta receita.


Chili vegetariano

           Ingredientes:

  • 1 xícara de proteína texturizada de soja FINA 
  • ½ xícara de shoyo 
  • 1/3 xícara de azeite 
  • 1 colher de sopa de vinagre (usei branco) 
  • 1 cebola pequena picada 
  • 3 dentes de alho picados 
  • 1 pimentão picado (usei o verde) 
  • 3 pimentas dedo de moça picadas (sem semente) 
  • 500g de feijão carioca cozido sem tempero e sem caldo (pode ser de caixinha, mas é importante ser sem tempero)
  • 1 lata de 390g de tomates pelados em cubos 
  • 1 caixinha de 130g de extrato de tomate 
  • 1 colher de chá de cominho 
  • Pimenta do reino a gosto 
  • Molho de pimenta vermelha a gosto 
  • Salsinha fresca picada a gosto 

          Modo de preparo:

       Primeiramente, é preciso hidratar a proteína de soja. Misturar 1 xícara de proteína com 2 xícaras de água, e reservar por 30 minutos. Depois, escorrer numa peneira e apertar bem a soja (ela é uma esponja, quando aperta sai bastante água), lavar na água corrente, sempre espremendo e enxaguando (ela tem um gosto de ração, e assim deixamos o gosto o mais neutro possível, para absorver o tempero).
      Quando ela já estiver bem limpa, esprema bem e separe numa tigela. Adicione o shoyo, o azeite, o vinagre, a cebola e o alho picados, e deixe curtindo. Quanto mais tempo, mais saboroso. Eu deixei por 2 horas.
       Numa panela, derreter uma colher de sopa de margarina, e adicionar a proteína com os temperos. Refogar um pouco e deixar curtindo no fogo baixo, com a panela tampada, por uns 5 minutos, pelo menos. Adicionar o pimentão e a pimenta. Mexer, tampar e deixar mais um tempinho curtindo. Adicionar o feijão, misturar bem, e então adicionar o tomate e o extrato de tomate.
      Adicionar o cominho, a pimenta do reino e o molho de pimenta. Misturar tudo muito bem. Acertar o sal – e a pimenta. Deixar fervendo por pelo menos 15 minutos, mexendo com frequência pra não queimar o fundo. Você vai ver como ele vai encorpando conforme ferve. Desligar o fogo e adicionar a salsinha picada.

Chili vegetariano


   
         Servir com nachos, arroz, purê de batata, wraps, guacamole, ou o que te apetecer. Como eu ainda não superei minha vontade de queijo, complemento com queijo mussarela ralado por cima. Alguma indicação de mussarela vegana boa e barata?



quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Diário Vegetariano: 3 - Freedom Burguer

            Semana passada eu fiz hambúrgueres deliciosos de lentilha. Me surpreenderam! Textura incrível, e super saborosos. Foram simples (e baratíssimos) de fazer! Amei. A lentilha precisava ficar desmanchando, mas como optei por não usar panela de pressão, nunca chegava no ponto (horas no fogo!!), e cansei. Quando já estava bem cozida, mas ainda firme, desliguei o fogo e bati um pouco com o mixer. Virou um creme bem denso e grosso. Deixei esfriar. Depois de frio, juntei cebola picada, salsinha picada, cominho, pimenta do reino, mostarda, gengibre ralado espremido (só o líquido), shoyo e sal. Misturei bem e adicionei farinha de rosca até dar ponto para manusear e moldar os hambúrgueres. Moldei tudo, sempre umedecendo as mãos, e deixei no congelador até que ficassem firmes e eu pudesse embalar um a um, para então congelar. Cozinhei 500g de lentilha, mas congelei também uma parte sem tempero pra outra hora. Acho que usei uns 300g. 300g de lentilha renderam uns 25 hambúrgueres! Os que fritei antes de congelar foram sucesso absoluto, porém ontem tentei fritar um congelado e não deu muito certo, ele se desfez. Mas continuou gostoso! Hehe. Logo eu descubro o truque! Mas que é libertador fazer e comer um hambúrguer delicioso e livre de morte, com certeza é!
            Fora os hambúrgueres, esta semana comi tomate recheado, shimeji com purê de batata (delícia!), batata recheada, raviolli de queijo ao molho branco, tapioca com queijo branco, espaguete ao sugo, e bastante alface, o que não comia fazia tempo. Agora estou louca para testar uma receita de kafta com proteína texturizada de soja. Nham.

           As pessoas têm enorme dificuldade em conceber o quão libertador é, pra mim, parar de comer carne. “Mas como restringir sua alimentação pode ser libertador?” Então, eu não estou fazendo uma dieta, ou algum tipo de greve alimentícia, eu simplesmente assumi pra mim mesma o quanto eu NÃO quero comer animais mortos. Caiu minha ficha, de repente tudo fez sentido, e continuar a comer carne por mera convenção e comodismo é o que seria limitador (e dor) para mim. Essa clareza me libertou, e é um sentimento que não consigo explicar.
           E ao mesmo tempo, por eu já ter tido uma epifania semelhante na adolescência, é libertador no sentido de eu estar enfrentando meu conformismo e vivendo de acordo com meus valores (e amores). Sabe quando você precisa fazer algo muito, muito importante, mas a preguiça é maior, e você empurra com a barriga pra sempre? Então, com a epifania matei essa preguiça, e tive motivação pra me organizar de forma que a carne não faça falta. E quando falo "faça falta", me refiro somente a níveis nutricionais, pois com a epifania, meu apetite por carcaças sumiu. Não preciso de muito, é só pensar um pouco sobre a origem do que vou comer que já fica muito fácil não comer corpinhos de bichinhos.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Um amor chamado Banzah

      Com muita dor no coração, hoje tivemos que nos despedir do Ban. Depois de 7 meses lutando contra um câncer muito agressivo no fucinho, depois de muitas quimios, remédios, petiscos, amor, carinho, passeios, visitas, alegrias e mais amor, o Banzah se foi. Deixou um vazio em nossos corações, uma dor absurda. Mas com a dor veio a paz de espírito por saber que seu sofrimento acabou. A paz por saber que agora ele está descansando, e que haja o que houver após a morte, só haverão coisas boas para ele, afinal ele sempre foi um cachorro maravilhoso! Dócil, meigo, carinhoso, companheiro, inteligente, amoroso... O melhor cachorro que já existiu!!!
       Vai deixar muita saudade pra muita gente, ele sempre conquistou a todos e foi muito amado. Descanse em paz, meu amor!












quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Diário vegetariano: 2 - O início.


           Hoje, finalmente consigo dizer que não como mais carcaças. 3 semanas me preparando, não psicologicamente, mas logisticamente. No dia da epifania eu tinha um freezer cheio de corpos. 2kg de peito de galinhas, 500g de picanha, 400g de coxão mole, 1 caixa de hambúrgueres, 2 caixas de nuggets, 1 pacote de salsicha, 3 linguiças calabresa. No vegetables, though... Coisas o bastante para sobreviver o resto do mês, obviamente não de forma saudável. Comi nesses dias corpinhos de animais – coitados, sofreram tanto - como comi nos últimos anos. Mas nestas semanas, diferente de antes da epifania, senti dor em cada um deles. Perdi o apetite inúmeras vezes, senti nojo. Nojo de mim mesma, me forçando a comer carcaças, como que me despedindo desse hábito macabro. Nojo da indústria da carne, que “nos faz” engolir morte e destruição como se fosse ok, uma coisa essencial em nossas vidas. Não, não é ok.
           Claro que o plano, a longo prazo, é abolir ovos e laticínios também, porém decidi não cortar tudo de uma só vez pois preciso me adaptar. Como eu sou daquelas que, se bobear, não come nada (ou come muito mal - mês passado vivi por 3 dias comendo só tapioca com queijo. Não recomendo), hoje estou elaborando um cardápio para os próximos dias. Para me ajudar a me alimentar adequadamente, vou ao mercado e, ao invés de comprar de tudo e ver um monte de coisa estragar (como eu costumava fazer), resolvi comprar só o que eu pretendo usar nos próximos dias, economizando e evitando desperdício.

         Pelas coisas que escolhi, percebi que vou comer muito melhor.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Qual o valor da vida para você?

         Sem dúvidas, chegou a hora de mudar.
         Tenho que viver de acordo com meus valores, caso contrário estarei morrendo todos os dias. Viver morrendo não é para mim. Eu gosto é de viver vivendo, e vivendo muito!
         A conveniência e o conformismo parecem cômodos, mas a longo prazo nos corroem. É muito fácil ceder e aceitar o que vem fácil, e é difícil se reabituar, se reensinar, e se readaptar. Não é fácil negar os costumes, muito menos os prazeres. Mas é essencial colocar a mão na consciência e se perguntar qual o custo deles. Qual o custo? Não só para seu bolso ou sua saúde, mas para o mundo. Não só para o mundo, mas para os indivíduos.
        Para você, aquele hambúrguer é uma delícia, mas ele vem recheado de dor, morte e egoísmo. Dor, morte e egoísmo. Aquele hambúrguer, como se não bastasse ser um animal morto, é um animal morto que teve uma vida miserável, sofreu cada minuto de sua existência, viveu preso, sapateando na própria bosta, entuxado de remédios e antibióticos. Ignoraram suas necessidades, o transformaram num objeto sem emoções. Mas uma vaca não é um objeto. A vaca, o boi, a galinha, o galo, o porco, a porca, eles são animais. São seres vivos que tem emoções. São seres vivos que sentem dor.
         Amor seletivo é complicado. Você morre de amores pelos cachorrinhos abandonados, sofrendo na rua, mas chega em casa e come aquele bifão? E sua consideração pelo bicho que viveu e morreu para você comer? E seu amor, onde foi parar? Eu cansei de ser hipócrita, cansei de dizer que amo a vida, amo a natureza, amo os bichos e continuar me alimentando dos pobres animais. Viver de corpos mortos não é amor. É pura dor.
         Vou sofrer para reeducar minha alimentação? Vou. Mas com certeza vou sofrer menos que todos os animais que já sofreram para estar no meu prato. Vai ser difícil? Vai. Mas viver é difícil. E como tudo na vida, com o tempo fica mais fácil. O importante é que, estando de acordo com minha consciência, eu sei que viverei melhor e com mais leveza. A dificuldade inicial, além de passageira, é supérflua.
          A carne não mais me alimenta. O amor me alimenta, e não a dor. A vida me alimenta, a natureza. Não a morte alheia, nem a tortura ou o sofrimento. E não são só emoções que me fazem ter esta escolha, a razão tem grande papel nesta decisão. Pela minha saúde e pelo mundo!