Venho com muito pesar no coração informar uma situação
horrível pela qual estamos passando. É inaceitável! É tão absurdo que beira o
ridículo! Por favor, leiam até o fim e compartilhem. Isso não pode ficar assim!
Quem me conhece
sabe que sempre tive animais e sempre cuidei com todo amor, afeto e carinho
possível. Quem me conhece sabe que meus cachorros são mais que bichinhos de
estimação, são meus filhos, meus companheiros e meus amores. E quem me conhece
também sabe que meus dois filhos caninos têm liberdade pela casa e pelo
quintal, e que a cama deles é na sala ao meu lado.
Bem, contarei este
caso horrendo do início. Recentemente descobrimos que um de nossos cachorros, o
Banzah (pitbull conhecido como o cachorro bonzinho) está com um câncer agressivo
na narina direita. Depois de realizar diversos exames, foi constatado que o
sarcoma é incurável, porém que ele não está sentindo dor, e que com
quimioterapia conseguiríamos prolongar sua vida com qualidade e sem sofrimento.
De acordo com a veterinária, que é madrinha e tia de meu marido, ele poderá
viver feliz por aproximadamente seis meses, e quando a questionamos sobre a
possibilidade de adotar uma bebê canina para animá-lo, ela disse acreditar que
pela personalidade dele, um filhote seria uma ótima companhia, tanto para ele
quanto para o Johnny, que cresceu com o Banzah e ficaria sozinho quando ele se
for.
Então, passamos a
procurar uma bebê para adotarmos. Decidimos que gostaríamos de pegar uma fêmea
filhote, filha de pais grandes. Postei as nossas expectativas para a mais nova
moradora da casa em diversos grupos aqui da região onde moro. Como que
caindo dos céus, entramos em contato com uma moça que havia resgatado uma
cadelinha Sem Raça Definida, quando prenha de um - supostamente - Dogo Argentido, e que os filhotes
estavam completando 45 dias. Haviam duas fêmeas para adoção, e a dona delas,
com o coração aberto, as trouxe aqui em casa dia 11/04/2017, para as
conhecermos. Logo nos apaixonamos pela Zelda, esta que vocês podem ver no
vídeo. Como a dona gostou de nós e do nosso espaço, depois de questionar sobre
nossa disponibilidade de tempo, sobre o espaço em que os cães podem frequentar
da casa (todos) e sobre nossa experiência em criar cachorros, ela nos entregou
a bebê e disse estar muito feliz com a adoção. Continuamos trocando mensagem à
noite, pois ela queria saber se a Zelda estava bem e se os dois lindões a
haviam aceitado bem. Como vocês podem ver no vídeo também, eles fizeram a maior
festa para ela. O Banzah parecia um filhote de novo, chamando ela pra brincar e
a enchendo de beijos. Foram cenas lindas, de emocionar.
Ficamos, nós cinco
(eu, meu marido, e os três filhos caninos, incluindo a Zelda), muito bem com
ela aqui. Dormi na sala dividindo um colchão de casal com ela e com os outros
dois, todos felizes. Ela me encheu de beijos e mordiscadas de amor a noite
toda, o que resultou numa noite acordada para mim, me sentindo a pessoa mais
amada deste mundo. Nos apegamos uma à outra e criamos um laço de amor lindo, em
apenas uma noite.
Agora começa a segunda
parte triste: na manhã seguinte, dia 12/04 (ontem), às 10h da manhã, recebi o
telefonema de uma mulher. Ela mora aqui perto de casa, no mesmo bairro, e havia
fornecido lar temporário à mamãe e aos filhotes. Porém os cães não são dela,
são da moça que nos doou, o que ela negou. Ela me disse que a filhote era dela,
que a moça que me doou só a estava ajudando, que as vacinas encomendadas para a
ninhada haviam chegado, e que ela fazia questão de vaciná-la o quanto antes.
Falei que não era necessário, que logo depois do almoço a levaria na clínica
dos tios de meu marido e faríamos um check-up, assim como a vacinação. Falei
para ela se tranquilizar pois eles são excelentes veterinários, e fariam tudo
que fosse necessário. Ela insistiu, e mesmo eu falando que eu fazia questão de
levar eu mesma, ela começou a bater aqui em casa (como ela conseguiu o endereço
já não sei). Quando vi, ela era uma senhora idosa, e eu que sempre tive muita
empatia por todos, acabei dando um voto de confiança e permitindo que ela a levasse
para vacinar com a condição de que ela se comprometesse a trazê-la de volta até
às 14h, pois eu ainda a levaria para fazer o check-up de qualquer forma,
vacinada ou não. Ao meio-dia, liguei para ela para saber como a bebê estava, e
ela me disse que achava que ela estava doente pois estava muito amuada e
tristinha. Meu coração se partiu. Eu sei que ela me adotou tanto quanto eu a
adotei, e sei que sua tristeza era por não estar mais aqui, afinal ela tinha
ficado bem e feliz o tempo todo em que esteve comigo e com seus novos irmãos, e
só chorou na hora que eu a entreguei à esta mulher. Pedi para ela trazê-la o
quanto antes, pois se ela estava amuada eu queria leva-la o mais rápido
possível na clínica. Ela se negou, falou que só devolveria a bebê quando ela se
alegrasse. Me disse que ela estava com febre e possivelmente morrendo. Vocês
podem imaginar meu estado ao ouvir isso. Falei que iria até lá para vê-la e
leva-la correndo aos veterinários, mas ela se negou em me dar o endereço. Ela
começou a gritar comigo dizendo que eu não iria mais ficar com minha filha, e
desligou o telefone na minha cara.
Desesperada, entrei
em contato com a moça que nos doou a Zelda. Ela ficou inconformada com a
situação, deixou bem claro que a mãe e os bebês são dela, que essa amiga só
disponibilizou o espaço. Ao ouvir que talvez a bebê Zelda estivesse doente, de
prontidão passou lá e a pegou para levar na sua veterinária de confiança. Foram
feitos exames de sangue que comprovaram que ela está saudável. A dona dos cães
me disse que a traria de volta às 17h30 com o resultado do exame. Porém, quando
ela foi lá buscar minha filha, a mulher não a recebeu, fingiu que não estava em
casa. Depois de mais de uma hora lá batendo e esperando, essa moça que nos doou
a Zelda acabou desistindo e indo para casa, e me explicou a situação. Nesta
altura do campeonato descobri que ela mantém mais de 50 cachorros presos num
espaço de um terreno pequeno, contendo uma casa e diversos “canis”. Muitos
desses cães presos em cubículos de 2x2. Foi constatado através de conhecidos
dessa mulher que ela é acumuladora compulsiva de animais, e que ela não tem
condições financeiras ou emocionais de cuidar de todos. Foi constatado que ela
depende de ajuda de terceiros para que os animais não morrerem de inanição. Isso
é desumano, e minha filha está lá presa neste inferno. Ainda assim, conversei
com a dona original, a pessoa que nos doou a bebê, e ela me disse que assim que
acordasse hoje, iria lá buscar a Zelda para trazê-la de volta pra casa. Ao
perceber que não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento, depois de uma
noite em claro e estômago vazio (no momento que entreguei a Zelda para “ser
vacinada”, meu apetite foi junto), resolvi aceitar e esperar o dia amanhecer.
Depois de mais uma
noite mal dormida, desta vez não por excesso de amor, mas por dor no coração e
saudade da minha bebê, logo às 6h da manhã já mandei mensagem para a moça dona
dos cães, dizendo que ela podia passar o quanto antes para deixar a Zelda.
Algumas horas depois, recebo uma resposta pedindo para eu ligar em sua casa.
Liguei e descobri que ela foi até a casa dessa mulher que sequestrou minha
filha, e que a mulher se negou a entregar a Zelda para ela e ainda fechou o
portão em sua cara.
Estou devastada,
preciso resgatar minha bebê daquele lugar horrível. E mais, é preciso denunciar
essa mulher por maus tratos, pois é inadmissível ela manter tantos cachorros
presos e mal alimentados. Preciso da ajuda de vocês compartilhando este post
para nos mobilizarmos e conseguirmos resgatar essas vítimas. Resgatar e dar
lares para elas, pois não é justo os animais sofrerem mais ainda.
Tentei realizar um
Boletim de Ocorrência por furto hoje, porém o homem que nos atendeu se recusou
a fazer o B.O, disse que foi apropriação indébita o que a mulher fez, e que
"com tanto bandido solto na rua acha que vamos deslocar viatura pra
resgatar cachorrinho?".
Chegando em casa e
contando o caso aos próximos, uma amiga me mandou o seguinte:
“Apropriação
indébita é o crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro que
consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, sem o consentimento do
proprietário. Diferencia-se do
furto porque, no furto, a intenção do agente de apropriar-se da coisa é
anterior à sua obtenção, enquanto que, na apropriação indébita, o objeto chega
legitimamente às mãos do agente, e este, posteriormente, resolve apoderar-se do
objeto ilicitamente, ou seja, a apropriação indébita ocorre quando o agente
deixa de entregar ou devolver ao seu legítimo dono um bem móvel ao qual tem
acesso - seja por empréstimo ou por depósito em confiança.”
Nessas horas vemos
como nossa ignorância pode nos prejudicar, pois acreditei naquele indivíduo
cheio de má vontade e saí da delegacia aos prantos, me sentindo muito impotente
e injustiçada.
Realizei denúncias
de maus tratos em ONGs de defesa aos animais (não posso fazer um B.O pois não
tenho fotos ou vídeos que provem a situação precária dos pobrezinhos). A
mobilização é necessária para que atitudes sejam tomadas para acabar com a dor
desses animais. Eles merecem um lar decente. E não aceitarei a opção de ficar
sem a Zelda. Ela foi adotada por mim e é inaceitável esse sequestro. Eu e meu
marido já nos prontificamos a adotar a irmã da Zelda também (que, se vier, se
chamará Dota). Não podemos resgatar mais pois não teríamos condições, e não me
comprometo a algo que não eu não posso cumprir.
Edit 06/07/2017: Recuperamos a Zelda 2 dias depois de postar este texto no facebook, e graças à ele. Uma amiga da mulher que sequestrou a Zelda (e advogada da causa animal) conseguiu intervir e convencer a mulher de que era melhor devolver a baby antes que as coisas crescessem. Ela afirmou que a mulher era a dona original e que quem me entregou a puppy não poderia ter doado sem autorização dela. Tudo meio mal contado... Mas enfim, contanto que tirássemos o texto do face, devolveriam a Zelda. Parando pra pensar agora, quase 3 meses depois, cena de sequestro total! Combinamos que o resgate seria pago no ato da entrega da bebê. Combinamos na manhã de sábado (15/04), eu mal podia aguentar a ansiedade. Galera da Maior estava aqui em casa para curtir o Banzah, e mesmo eu tendo ido dormir de madrugada, às 7 da manhã pulei da cama e fiquei na espera. Só de lembrar daquela ansiedade, eu tremo! Me enrolaram até às 12h40. Como que pra comprar meu silêncio, me chegam com aquela cachorrinha linda, num vestidinho amarelo deplorável. E naquele calor! Enfim, conseguiram. Não com o vestido, claro, mas com o tiro que deram em meu espírito, dor inacabável depois de dias sem dormir direito, sem comer direito, sem sorrir direito.
Finalmente Zelda em casa, inevitavelmente texto deletado, incontestavelmente uma cicatriz em meu âmago. Todos felizes, se não fosse o fato de eu sentir que me vendi para o sistema. Depois de tudo que aconteceu, quando a Zelda voltou eu só quis sumir e esquecer o que havia acontecido. Até hoje, quando passo em frente a casa dela (rarissimamente) e ouço aquela gritaria canina, meu coração aperta e engulo amargo o gosto da corrupção.
Finalmente Zelda em casa, inevitavelmente texto deletado, incontestavelmente uma cicatriz em meu âmago. Todos felizes, se não fosse o fato de eu sentir que me vendi para o sistema. Depois de tudo que aconteceu, quando a Zelda voltou eu só quis sumir e esquecer o que havia acontecido. Até hoje, quando passo em frente a casa dela (rarissimamente) e ouço aquela gritaria canina, meu coração aperta e engulo amargo o gosto da corrupção.