sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

O Pantanal Chora


O Pantanal chora. Suas lágrimas de labaredas. Quentes como o inferno, queimam a mata e veredas.

O Pantanal chora.

Fumaça que destrói.

Fumaça tóxica,

que mata, corrói. 


O Pantanal chora,

mas suas lágrimas de tormenta

não molham a terra

desesperada por água,

ou a mata sedenta. 


O Pantanal chora. 

E nos resta gritar,

e cobrar atitude

daquele que se cala, 

e corrompido, se ilude.


O Pantanal chora.

Suas lágrimas secas, 

são lágrimas de jacaré, de tamanduá.

De tucano, de sucuri,

de tatu e de lobo-guará.


O Pantanal chora.

Lágrimas de dor, angústia e desconsolo.

Lágrimas pelas vidas perdidas,

pelo grito ignorado de socorro.

Mas também lágrimas de ódio, 

de revolta pelo descaso.

Pelo egoísmo desinibido,

e pela sede de ganho descabido.


O Pantanal chora.

Mas eles se esquecem que aqui se planta,

aqui se colhe.

E quem planta o inferno,

colhe o inferno.


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