segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Mais um desses....

Tenho estado muito, muito deprê essa última semana. Não sei o porquê, mas gosto de culpar TPM. Dores de cabeça, cólicas, mal-humor... Típica TPM. Depressão também. Por que não?
Mas o que mais fode com tudo é minha vontade absurda de escrever e a incapacidade que tenho sentido quanto a isso. 
Coisas acontecem, pessoas passam, sons se revelam... Cada suspiro tem uma linha em um texto pré-fabricado, bem lá no fundo de meus pensamentos... Naquele lugar empoeirado e sujo, que evitamos ao máximo. Aquele mesmo lugar em que poesias já escritas e jogadas fora se auto recitam em silêncio. Naquele mesmo lugar em que guardamos palavras não ditas e rancorosas de momentos frustrados. Naquele mesmo lugar em que aquela frase tão boa e marcante está esquecida. Enfim, aquele canto do cérebro quase que ignorado, onde as melhores idéias se escondem, fingindo querer serem achadas, mas na verdade com muito medo de serem expostas. 
É, isso acontece com freqüência com minhas idéias, meus textos semi-prontos, cartas mentalmente escritas, conversas inventadas, cores misturadas, movimentos retratados, momentos visualmente fotografados... enfim, com tudo que poderia virar algo com o que se valesse a pena gastar 5, 10, 30 minutos de um dia vazio.
Gosto de culpar a TPM. "É, eu sei... não posto há dias... mas sabe, ? TPM, canseira... Quem sabe semana que vem?" Sempre funciona! Sempre. Por que abandonar um "argumento" que funciona tão bem? Hã? 
Te digo o porquê. Porque é um argumento vazio! TPM, depressão, dor... Tudo pode virar poesia. Tudo pode se transformar em arte. Talvez não seja a TPM o que me atrapalha tanto, mas sim minha incapacidade de assumir que não sou perfeita, que não sou uma máquina de escrever ambulante. Ok, talvez eu até seja, mas definitivamente nem sempre tenho papel ou tinta, e com certa freqüência sofro de teclas, letras, quebradas...
Porra, talvez seja a hora de evoluir e virar um notebook... Ou não, quem sabe comprar um não resolva meu drama? Assim, sempre que um daqueles pensamentos mentalmente escritos e organizados, prontos pra se tornarem um bom texto, virem à tona, é só digitá-los e salvá-los em um HD melhor, menos sujo e empoeirado que o meu canto sombrio cheio de idéias...
É, quem sabe...?




Esse é dedicado ao Pinto, simplesmente pelo fato de ter sido o primeiro a ler e ter me agüentado enquanto eu tinha um ataque, escrevia como uma retardada bitolada e desligava a tela do PC quando ele se aproximava, dando chiliques como "Ah, odeio que me olhem enquanto 'crio'!!!"... hehe


Edit 17/08/2017: Naquela época eu ainda não sabia, mas tudo que eu queria era um smartphone.

2 comentários:

  1. É, odeio quando isso acontece comigo também. Há dias que tenho verdadeiras revelações, momentos incríveis que eu penso "nossa, eu poderia usar isso!". Então, como todo bom escritor, chego em casa com os dedos tinindo, abro meu Word, finjo estar digitando algo sem apertar as teclas (só para ouvir o barulinho dos dedos batendo no teclado) e penso "legal, de novo!".

    O pior não é não escrever, não criar, mas sim ficar com aquela meia história ou sentimento como que entalado na garganta, não dá para engolir ou para cuspir. Ansiedade, mal-estar e aquele auto-desdém terrível de "devo ser um péssimo escritor". Mas não é verdade, pegue Drummond de exemplo e sua infinidade de textos sobre a falta de inspiração para escrever, ou seus textos meta-linguísticos (sem trema, hehe) sobre o querer escrever e não conseguir. Enfim, acontece, e adimitir é realmente difícil (olhe só apra a droga do meu blog, tem 5 postagens!)

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  2. Pelo menos quando você não consegue escrever você simplesmente NÃO ESCREVE. E eu que, quando fico "travado", começo a kibar vídeos de outros blogs?

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