quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Nada faz sentido. Tudo faz sentido.


Tenho tanto a escrever, mas não consigo expressar em palavras. Posso culpar a vodka, posso culpar a culpa, posso culpar os outros. Mas não importa, as palavras não se formam coerentemente em meu cérebro, e tudo que consigo são emoções e sentimentos revirados e vomitados.
Nada faz sentido, e tudo faz completo sentido. Tudo se completa e se subtrai, tudo e nada se envolvem numa dança racional, perdida, louca e coerente.
O sentido se perde no espaço e no tempo, e se encontra sem sentido na ilusão e na confusão. Nada faz sentido. Tudo faz sentido. Não é razão, é sentimento, energia.
Palavras vagas e solitárias vagam rapidamente pela minha mente, se complementando, porém sem ligação alguma. Lembranças, momentos, sentimentos, emoções e olhares se fundem no infinito, e refletem uma energia surpreendente. Nada faz sentido. Tudo faz sentido.
Vontade de gritar. Não pelo desespero, mas pelo desconsolo. Não pela solidão, mas pela falta daquilo que não existe. Raiva e atração se misturam dolorosamente. Decepção e compreensão se fundem num baque ensurdecedor. Nada faz sentido. Tudo faz sentido.
Perdida num mundo inexistente, com um mapa incoerente nas mãos. Tantas escolhas, tantas oportunidades, tantos erros, tantas ansiedades. As cores refletem em seus olhos as lágrimas contidas. O coração acelerado denuncia. Nada faz sentido. Tudo faz sentido.
O sorriso vago responde as perguntas nunca pronunciadas, e termina um diálogo inexistente. Assim, simplesmente assim, tudo se perde e tudo se acha. Um suspiro falho se coloca no lugar de todas aquelas palavras que ansiosamente sairiam pelos seus lábios, e pontua uma conversa irracional.
Assim, simplesmente assim, tudo faz sentido. E nada faz sentido.

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